quarta-feira, 19 de junho de 2013

Política Energética: O caso Dinamarquês



A capital dinamarquesa é a cidade mais popular da Europa entre os ciclistas. São 350 km de ciclovias em uma cidade limpa e sem ladeiras, o que faz com que 37% das pessoas em Copenhague vão de bicicleta para o trabalho, escola ou universidade. E eles têm preferência nos cruzamentos e nos semáforos.

Até 2015, as autoridades de Copenhague esperam que 50% da população se locomova de bicicleta.

Para conseguir isso, já há uma ponte que é fechada para carros e planos para ampliar as ciclovias existentes. Também está sendo estudada a criação de um pedágio urbano para desencorajar os motoristas de carros.

A campanha conta com o apoio do príncipe da Dinamarca, que também anda de bicicleta. "É bom para o clima, mas também para manter a forma e evitar a obesidade, um outro grave problema dos dias de hoje", diz o príncipe Frederik.

Pegando "carona" nessa ideia um hotel anunciou que passará a oferecer uma refeição grátis a hóspedes que produzirem eletricidade por meio de uma bicicleta ligada a um gerador.

O Crowne Plaza de Copenhague está instalando duas destas bicicletas e diz que o objetivo é, ao mesmo tempo em que promove a forma física dos hóspedes, reduzir suas “pegadas de carbono” (quantidade de dióxido de carbono que produzem como resultado direto ou indireto de uma atividade).

Hóspedes vão precisar produzir pelo menos 10 watts/hora de eletricidade, o equivalente a 15 minutos de pedalada de uma pessoa medianamente em forma para ter direito à refeição.

A administração afirma que isso será o suficiente para acender apenas poucas lâmpadas, mas a ideia principal é incentivar o debate sobre o consumo de energia.

O hotel já produz energia renovável com 2500 m² de painéis solares.

A Dinamarca possui uma das capitais do mundo mais adaptadas ao ciclismo e investe bastante em energias renováveis, incluindo fazendas eólicas, que geram um quinto da eletricidade que o país consome.

A Dinamarca anunciou que, até o final desta década, produzirá um terço de sua energia a partir de fontes renováveis - poder eólico, principalmente, mas também solar e queima de "biomassa".

De forma ainda mais ambiciosa, o governo dinamarquês tem como meta alimentar o país inteiro com energia renovável até 2050, abandonando as fontes fósseis.

O que faz desse anúncio algo ainda mais surpreendente é o fato de ele ter recebido o apoio de todo o espectro político do país.

Lykke Friis, por exemplo, e a líder do oposicionista Partido Liberal, de centro-direita e orientação pró-negócios. Para ela, a decisão de erradicar o uso de energia fóssil é uma questão de planejamento financeiro.

Segundo Friis, "Independentemente do que façamos, teremos um aumento no preço da energia, simplesmente porque as pessoas na Índia e na China querem ter seus próprios carros", justifica. "É por isso que temos a clara ambição de criar independência em relação aos combustíveis fósseis - para não estarmos vulneráveis a grandes flutuações no preço da energia."


Fonte: BBC

Um comentário:

  1. Sérgio Luis Boeira3 de julho de 2013 às 13:55

    Bom texto. Acompanhar essa temática comparando os vários países e suas políticas públicas é fundamental. Na gestão Obama também há uma ênfase nas energias renováveis, visando mais autonomia em relação ao petróleo do Oriente Médio.

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