Sempre ouvimos a discussão sobre a
água e seu uso consciente. À medida que os racionamentos foram se tornando mais
urgentes e constantes, a população foi tomando conhecimento que a água é um
recurso finito e não tão abundante quanto possa parecer; por isso deve ser
economizada. Mesmo o Brasil, que é um dos países com maior quantidade de
reservas de água doce do planeta, já está
sentindo os efeitos do uso incorreto desse bem tão precioso. Segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20 o uso da água cresceu duas
vezes mais que a população. Não é por acaso que cada vez mais pessoas
e organizações estão se unindo em defesa de seu uso racional.
A idéia de que sobra água no mundo se
deve ao fato de que ela ocupa 70% da superfície terrestre. Essa água tem um ciclo natural, que começa com sua evaporação, formando
as nuvens que depois vão retornar para a terra através das chuvas. Porém, de toda água existente no
planeta, 97,5% estão nos oceanos, dois terços
do restante se encontram em forma de gelo, nas calotas polares e no topo de
montanhas, ficando apenas 1% disponível para
nosso consumo, sendo que a maior parte esta em leitos subterrâneos, atmosfera,
plantas e animais. Atualmente usamos para nosso consumo as águas de nascentes,
lagos, rios e extrações de leitos subterrâneos.
Com a
poluição cada vez maior do ar, da terra, das nascentes, dos lagos, dos rios e
dos oceanos, essas águas estão ficando contaminadas, exigindo uma enorme
preocupação para sua preservação, pois sem água natural a vida como conhecemos
não tem como existir.
Quando pensamos no Brasil, onde supostamente existe uma fartura hídrica,
começamos a entender o tamanho do problema quando verificamos que nem todas as
pessoas são não atendidas devidamente pela rede de distribuição, devido à
precária infra-estrutura existente. Portanto, a questão muitas vezes não se
resume à existência de água, mas às condições de acesso a um bem que deveria
ser universal.
Somados esses dois problemas, poluição e falta de infra-estrutura, segundo a
ONU, chegamos a um resultado extremamente preocupante: 40% da população mundial
não conta com abastecimento de qualidade. Cinco milhões de crianças morrem por ano
de doenças relacionadas à escassez ou contaminação da água. E a falta de
consciência ainda é o pior vilão: 2 milhões de toneladas de detritos são
despejadas em lagos, rios e mares no mundo todo dia, incluindo lixo químico e
industrial, dejetos humanos e resíduos de agrotóxicos.
O que podemos fazer?
Nós, como
consumidores, podemos contribuir para reverter esses dados. Economizando
estaremos evitando que mais águas sejam retiradas da natureza para nosso consumo.
Elaboramos uma lista de tarefas simples para economizar a água potável:
- Fechar a torneira enquanto escovar os dentes, fazer a barba, ensaboar a louça, etc.;
- Não usar mangueira para lavar pisos, calçadas, automóveis, etc.
- Utilizar descargas com sistema de caixa acopladas ao vaso sanitário com limitador(es) de volume(s) por descarga;
- Reduzir o tempo no banho;
- Acumular roupa para utilizar a máquina de lavar na sua capacidade máxima.
- Se tiver que lavar mais de uma leva de roupas, e se a máquina permitir, antes da máquina jogar fora a água do enxágue, dê uma pausa, tire a roupa limpa, coloque a segunda leva de roupas sujas e reinicie o trabalho da máquina. Depois quando a máquina for centrifugar, dê uma pausa e junte as roupas da primeira leva para centrifugar tudo junto. Assim você economiza um tanque de água;
- Reutilizar a água utilizada da máquina de lavar roupas para lavar o chão do quintal;
- Reduzir a vazão de água do seu
chuveiro (Um chuveiro normal gasta em média 3,5
litros por minuto);
Aproveitando a água da
chuva
Outra forma
de economizar água é fazer o aproveitamento da água da chuva. Você mesmo pode construir
e instalar um sistema de captação da água da chuva utilizando uma Minicisterna
conforme a figura. Essa tecnologia foi criada e desenvolvida com base na norma
ABNT NBR 15.527:2007.
As
principais metas e objetivos com relação a esse sistema são:
- Incentivar a população a fazer o aproveitamento correto da água de chuva;
- Fazer com que toda casa urbana tenha pelo menos um sistema simples de Aproveitamento da Água de Chuva;
- Minimizar o escoamento do alto volume de água nas redes pluviais durante as chuvas fortes;
- Usar a água para irrigações nos jardins e lavagens de pisos externos. Assim, essa água vai infiltrar na terra e ir para o lençol freático, preservando o seu ciclo natural;
- Usar a água para lavagens de pisos, carros, máquinas e nas descargas no vaso sanitário.
Por fim, também precisamos estar
cientes que não basta
economizarmos água "limpa"; muito mais importante é tratarmos a água
que sujamos (com Estações de Tratamento de Esgoto) e devolvê-la limpa para a
natureza, perpetuando o ciclo natural da água. Esse é um compromisso que toda
empresa distribuidora de água deve ter perante a natureza, e nós como cidadãos
devemos cobrar. Só assim estaremos colaborando com a preservação de um bem
essencial para a manutenção da vida na Terra. Mas isto é assunto para um outro post.
Fonte: Revista
Viva Saúde – Fevereiro 2013.
Equipe: Christiano Lopes, Diego Ossido, Fernando Pacheco, Sérgio Pagnoncelli, Vitor
Botega.
0 comentários:
Postar um comentário